sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O Antes, O Agora... O Depois...

O Antes
Quando era miúda, nunca fui de andar a brincar na rua, mas se quisesse podia fazê-lo. Lembro-me por exemplo, de quando era Carnaval vir para a rua com os meus primos, ficávamos um de cada lado da rua, prendendo uma serpentina e esperando que passasse um carro, para subir a serpentina e continuar a brincadeira, ou simplesmente deixa-la ir presa na antena, ficando a rir e a olhar aquela tirinha de papel esvoaçar…
Perto de casa da minha Avó materna existiam (ainda existem) aquilo que nós chamávamos de “o largo de cima” e “o largo de baixo”. Estas expressões descreviam os entroncamentos que existem nos dois extremos da rua, uma vez que nesses pontos, o espaço é muito largo. Nesses “largos” os miúdos jogavam à bola e brincavam livremente, afastando-se quando se aproximava um carro (nessa altura os carros andavam bem mais devagar, que nos dias de hoje).
Lembro-me de brincar no quintal da minha Avó, sujar as mãos na terra, uma vez fiz um grande golpe na mão, quando para não cair agarrei um chapa velha e ferrugenta, andar no pátio à chuva, com o guarda-chuva velho da minha tia (que fazia lembrar uma sombrinha) era um divertimento e pêras, diluir sabão em água, numa lata velha e arranjar uma palhinha para fazer bolinhas de sabão e competir para ver quem fazia a bola maior, antes de esta rebentar obviamente, saltar à corda, tudo isto eram as brincadeiras dos miúdos, após as aulas e depois de fazermos os TPC.

O Agora
Hoje não há miúdos a brincar nas ruas. Se querem jogar á bola, inscreve-se o miúdo nas escolinhas de um clube, até porque assim, se ele tiver jeito, quem sabe não vem a dar um grande futebolista!
Hoje, os miúdos vão para a escola e quando a escola acaba, existem os ATL's, aulas de natação, inglês, computador… tudo para ocupar o tempo, porque os pais trabalham até tarde e os Avós, quase que perderam o seu importante papel na Família.
Hoje, os miúdos não brincam na terra, porque além de se sujarem, podem ficar doentes. Os miúdos de hoje estão de tal forma controlados, que a “skip” por exemplo, criou uma campanha em que as crianças se sujam, chamando a atenção das mães para não terem medo da roupa suja e com um poderoso slogan: “toda a criança tem o direito a ser criança”!
Hoje os miúdos, depois de todas as actividades extra-curriculares, vão para casa e sentam-se à frente do televisor ou do computador, e pronto! Onde estão as nossas crianças?
Há umas semanas atrás estava em Matosinhos, junto ao mar e vi um miúdo a saltar à corda… o “calçadão” estava pejado de avós, pais, filhos, cães; havia adultos e crianças a andar de bicicleta, patins,… e havia um miúdo que saltava à corda.

O Depois
Considerando o Antes e o Agora, o que podemos esperar do Depois?
Sendo que ainda estamos no Agora e não tendo a capacidade de adivinhar o futuro (pelo menos eu), apenas nos resta reflectir sobre as hipóteses que se nos deparam e como e o que fazer para melhorar a qualidade de vida daqueles que nos vão suceder.
O que será das crianças de amanhã? Como vão passar os seus tempos livres, se ainda os tiverem?
Com o medo que nos assola actualmente, com o crescendo de noticias de raptos, pedofilia, de uma sociedade consumista e cada vez mais amorfa, o que esperar do Amanhã?
Que valores estamos a transmitir aos jovens?
*
Texto: CF

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

As coisas mudam...

Tempo houve em que os fins-de-semana de muitos casais e famílias eram passados de forma muito semelhante aos dos dias de hoje.
Senão vejamos, o Sábado, para as mulheres que trabalhavam, era o dia eleito (obrigatoriamente) para a limpeza da casa, tratamento das roupas, etc…; no final do dia o cansaço tomava conta do corpo e após um jantarinho leve e um pouco de televisão, a cama era o destino idílico. O domingo era dia de “descanso”, as pessoas depois do pequeno-almoço iam à missa para logo regressar a casa para fazer o almoço (melhorado, ao domingo a refeição incluía sempre um prato mais elaborado, como por exemplo um assado). Depois do almoço, saía-se para tomar um cafezinho e parar à beira mar, dentro do carro (quem o tinha); as senhoras a fazer renda e os cavalheiros a ouvir o relato, com os seus rádiozinhos de pilhas e os “egoístas” pendurados no ouvido (só dava para um ouvido, não havia cá “stereo”). Egoístas, era assim que se chamava ao que agora é vulgarmente conhecido por auriculares (mais ou menos).
Nos dias que correm, o sábado contínua, maioritariamente, a ser o dia eleito para as limpezas (já não falo nas mulheres que trabalham, porque hoje todas trabalham, exceptuando as desempregadas, reformadas. Etc…) e no final do trabalho sair para jantar fora e beber um copo com os amigos, sabe sempre bem. Quanto ao domingo, gostamos de dormir até tarde, e quanto a ir à missa (se for o caso), quanto mais tarde melhor. Muitas vezes o pequeno-almoço é tomado ao meio-dia ou então pelo avançado da hora vai-se directamente para almoço, que continua a ser diferente das refeições semanais, quanto mais não seja pelo tempo que temos disponível para alguns pormenores, até porque se não almoçarmos às 13h, almoçamos ás 14h. O café é muito importante e por isso vamos tomá-lo fora que é para apanhar um bocado de ar. À mesa do café faz-se conversa e depois, continua-se a ir até à beira mar, especialmente quando não chove (quando chove corre tudo para o centro comercial, que é seco e quentinho). Muitos continuam a ficar dentro dos carros (hoje são poucos os que não o tem) a olhar o mar, ler uma revista, livro ou jornal,… Os rádiozinhos de pilhas, esses estão praticamente senão definitivamente extintos bem como os seus fieis companheiros egoístas. Agora, os telemóveis e os auriculares tomaram o seu lugar.
Dos mais jovens, que podemos observar com os fiozinhos pendurados nos ouvidos cuja extremidade está ligada a um I-Pod ou qualquer outro aparelho, escondido no bolso das calças ou casaco, onde se podem guardar centenas de músicas que bombam constantemente nos seus ouvidos, até aos mais velhos que agora têm um telemóvel com rádio, que lhes permite ouvir o relato (se for o caso) ou falar com os amigos sem ter de andar com o telefone na mão o que lhes dá um ar um bocadinho estranho, que isto de ir pela rua a falar sozinho, assim parece, é caricato.


Texto: CF

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Músicas...

Neste momento estou a ouvir uma rubrica da rádio comercial chamada: "O meu blog dava um programa de rádio". Está a passar a música da Joan Osbourn "What if God".
Não sei de que ano é que esta música foi editada mas, lembro-me de passar dias a ouvir a rádio para tentar gravar a música numa cassete (acho que já nem sei escrever o nome deste objecto) até que consegui. Mas como as cassetes são como são, acabei por a desgravar para minha tristeza por alguns dias.
Anos mais tarde "vai-se ao Emule e saca-se"...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Tempo de Namorar

Hoje, 14 de Fevereiro celebra-se o dia de S. Valentim, vulgarmente conhecido como o Dia dos Namorados.
Tempos houve em que os casais tinham tempo para namorar, conversar, trocar abraços, escrever cartas de amor (já aqui faladas),... Hoje socorremo-nos das floristas, perfumarias, lojas de prendas, restaurantes, telemóveis, ... o consumismo apodera-se destes momentos, o comércio sabe-o bem, e mesmo em tempo de crise, não falta quem gaste uma boa maquia para celebrar este dia.
Eu, provavelmente, vou socorrer-me dos restaurantes e vou jantar fora ...
*
Texto: CF

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Severn Suzuki - ECO (Environment Children Organization)

O Passado e o Presente que assombra o nosso Futuro!