O Antes
Quando era miúda, nunca fui de andar a brincar na rua, mas se quisesse podia fazê-lo. Lembro-me por exemplo, de quando era Carnaval vir para a rua com os meus primos, ficávamos um de cada lado da rua, prendendo uma serpentina e esperando que passasse um carro, para subir a serpentina e continuar a brincadeira, ou simplesmente deixa-la ir presa na antena, ficando a rir e a olhar aquela tirinha de papel esvoaçar…
Perto de casa da minha Avó materna existiam (ainda existem) aquilo que nós chamávamos de “o largo de cima” e “o largo de baixo”. Estas expressões descreviam os entroncamentos que existem nos dois extremos da rua, uma vez que nesses pontos, o espaço é muito largo. Nesses “largos” os miúdos jogavam à bola e brincavam livremente, afastando-se quando se aproximava um carro (nessa altura os carros andavam bem mais devagar, que nos dias de hoje).
Lembro-me de brincar no quintal da minha Avó, sujar as mãos na terra, uma vez fiz um grande golpe na mão, quando para não cair agarrei um chapa velha e ferrugenta, andar no pátio à chuva, com o guarda-chuva velho da minha tia (que fazia lembrar uma sombrinha) era um divertimento e pêras, diluir sabão em água, numa lata velha e arranjar uma palhinha para fazer bolinhas de sabão e competir para ver quem fazia a bola maior, antes de esta rebentar obviamente, saltar à corda, tudo isto eram as brincadeiras dos miúdos, após as aulas e depois de fazermos os TPC.
O Agora
Hoje não há miúdos a brincar nas ruas. Se querem jogar á bola, inscreve-se o miúdo nas escolinhas de um clube, até porque assim, se ele tiver jeito, quem sabe não vem a dar um grande futebolista!
Hoje, os miúdos vão para a escola e quando a escola acaba, existem os ATL's, aulas de natação, inglês, computador… tudo para ocupar o tempo, porque os pais trabalham até tarde e os Avós, quase que perderam o seu importante papel na Família.
Hoje, os miúdos não brincam na terra, porque além de se sujarem, podem ficar doentes. Os miúdos de hoje estão de tal forma controlados, que a “skip” por exemplo, criou uma campanha em que as crianças se sujam, chamando a atenção das mães para não terem medo da roupa suja e com um poderoso slogan: “toda a criança tem o direito a ser criança”!
Hoje os miúdos, depois de todas as actividades extra-curriculares, vão para casa e sentam-se à frente do televisor ou do computador, e pronto! Onde estão as nossas crianças?
Há umas semanas atrás estava em Matosinhos, junto ao mar e vi um miúdo a saltar à corda… o “calçadão” estava pejado de avós, pais, filhos, cães; havia adultos e crianças a andar de bicicleta, patins,… e havia um miúdo que saltava à corda.
O Depois
Considerando o Antes e o Agora, o que podemos esperar do Depois?
Sendo que ainda estamos no Agora e não tendo a capacidade de adivinhar o futuro (pelo menos eu), apenas nos resta reflectir sobre as hipóteses que se nos deparam e como e o que fazer para melhorar a qualidade de vida daqueles que nos vão suceder.
O que será das crianças de amanhã? Como vão passar os seus tempos livres, se ainda os tiverem?
Com o medo que nos assola actualmente, com o crescendo de noticias de raptos, pedofilia, de uma sociedade consumista e cada vez mais amorfa, o que esperar do Amanhã?
Que valores estamos a transmitir aos jovens?
Quando era miúda, nunca fui de andar a brincar na rua, mas se quisesse podia fazê-lo. Lembro-me por exemplo, de quando era Carnaval vir para a rua com os meus primos, ficávamos um de cada lado da rua, prendendo uma serpentina e esperando que passasse um carro, para subir a serpentina e continuar a brincadeira, ou simplesmente deixa-la ir presa na antena, ficando a rir e a olhar aquela tirinha de papel esvoaçar…
Perto de casa da minha Avó materna existiam (ainda existem) aquilo que nós chamávamos de “o largo de cima” e “o largo de baixo”. Estas expressões descreviam os entroncamentos que existem nos dois extremos da rua, uma vez que nesses pontos, o espaço é muito largo. Nesses “largos” os miúdos jogavam à bola e brincavam livremente, afastando-se quando se aproximava um carro (nessa altura os carros andavam bem mais devagar, que nos dias de hoje).
Lembro-me de brincar no quintal da minha Avó, sujar as mãos na terra, uma vez fiz um grande golpe na mão, quando para não cair agarrei um chapa velha e ferrugenta, andar no pátio à chuva, com o guarda-chuva velho da minha tia (que fazia lembrar uma sombrinha) era um divertimento e pêras, diluir sabão em água, numa lata velha e arranjar uma palhinha para fazer bolinhas de sabão e competir para ver quem fazia a bola maior, antes de esta rebentar obviamente, saltar à corda, tudo isto eram as brincadeiras dos miúdos, após as aulas e depois de fazermos os TPC.
O Agora
Hoje não há miúdos a brincar nas ruas. Se querem jogar á bola, inscreve-se o miúdo nas escolinhas de um clube, até porque assim, se ele tiver jeito, quem sabe não vem a dar um grande futebolista!
Hoje, os miúdos vão para a escola e quando a escola acaba, existem os ATL's, aulas de natação, inglês, computador… tudo para ocupar o tempo, porque os pais trabalham até tarde e os Avós, quase que perderam o seu importante papel na Família.
Hoje, os miúdos não brincam na terra, porque além de se sujarem, podem ficar doentes. Os miúdos de hoje estão de tal forma controlados, que a “skip” por exemplo, criou uma campanha em que as crianças se sujam, chamando a atenção das mães para não terem medo da roupa suja e com um poderoso slogan: “toda a criança tem o direito a ser criança”!
Hoje os miúdos, depois de todas as actividades extra-curriculares, vão para casa e sentam-se à frente do televisor ou do computador, e pronto! Onde estão as nossas crianças?
Há umas semanas atrás estava em Matosinhos, junto ao mar e vi um miúdo a saltar à corda… o “calçadão” estava pejado de avós, pais, filhos, cães; havia adultos e crianças a andar de bicicleta, patins,… e havia um miúdo que saltava à corda.
O Depois
Considerando o Antes e o Agora, o que podemos esperar do Depois?
Sendo que ainda estamos no Agora e não tendo a capacidade de adivinhar o futuro (pelo menos eu), apenas nos resta reflectir sobre as hipóteses que se nos deparam e como e o que fazer para melhorar a qualidade de vida daqueles que nos vão suceder.
O que será das crianças de amanhã? Como vão passar os seus tempos livres, se ainda os tiverem?
Com o medo que nos assola actualmente, com o crescendo de noticias de raptos, pedofilia, de uma sociedade consumista e cada vez mais amorfa, o que esperar do Amanhã?
Que valores estamos a transmitir aos jovens?
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Texto: CF
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